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A valorização e o fortalecimento da atuação feminina no ambiente da indústria pautaram a segunda edição do Encontro de Mulheres Técnicas Industriais

  • Foto do escritor: Comunicação e Marketing
    Comunicação e Marketing
  • 22 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 22 de abr.

Com riqueza de conteúdos, a atividade teve grande participação de lideranças e estudantes



Em um encontro inspirador e transformador, estudantes, profissionais, conselheiras e diretoras se reuniram no 2º Encontro de Mulheres Técnicas Industriais promovido pelo CRT-RS nos dias 15,16 e 17 de abril, em Porto Alegre. Uma oportunidade singular e enriquecedora de aprendizagem e debate sobre temas essenciais para a valorização e o fortalecimento da atuação feminina em um setor que é predominantemente masculino, mas no qual a atuação das mulheres tem obtido grande destaque.


Os estudantes do curso de eletrotécnica da Escola Técnica Estadual Frederico Guilherme Schmidt, de São Leopoldo, Eduardo Lopes Tavares, Rafaela Rodrigues da Silva e Júlia Magro Garcez de Oliveira avaliaram como produtiva e diferenciada a atividade na medida em que tratou de assuntos atuais como a da saúde mental diante das dificuldades enfrentadas no ambiente do trabalho na indústria. A alunas relataram que já percebem essa discriminação estrutural, embora não seja um tema tratado no ambiente escolar.  Afirmaram que este debate motiva e encoraja a atuação neste ambiente. Para elas, os depoimentos foram muito valiosos.


Foram três dias de aprofundamento em temáticas extremamente relevantes e esclarecedoras. O primeiro dia da atividade, que transcorreu sob a coordenação da diretora administrativa do CRT-RS, Cleusa Cunha, e da conselheira Claudia Acosta, contou com a fala da “Rainha da refrigeração”, Carmosinda dos Santhos. Ela relatou sua trajetória enfatizando todos os desafios e conquistas a partir do seu crescimento pessoal ao entender que, há a realidade biológica que diferencia o homem e a mulher, mas a atuação profissional não tem sexo. Enfatizou que as empresas precisam estar preparadas para receberem a mão de obra feminina respeitando as limitações biológicas mas sem diminuir a capacidade técnica e a competência.


Outros temas igualmente relevantes trataram do ensino, do desenvolvimento de carreiras, e gestão e liderança abordando as dificuldades de infraestrutura, as disparidades salariais e em cargos de chefia entre homens e mulheres, e destacando as mudanças em debate sobre a política de equidade e de valorização das profissionais do gênero feminino nos setores público e privado. As professoras Linamir Rosa e Iula Roberta Ávila apresentaram a realidade difícil da pesquisa no ensino técnico. A doutora Anelise Estivalet falou sobre as possibilidades e desafios das meninas e mulheres nas carreiras STEM, ressaltando a falta de confiança que vem desde cedo e resultam em desequilíbrios vistos nas carreiras STEM. Já a especialista em gestão de pessoas, Aline Daubermann, falou sobre gerenciamento de carreiras na indústria e deu dicas valiosas de como participar de processos seletivos. E a  gerente de fiscalização do CFT, Luiza Alves Cordeiro falou sobre gestão e liderança.


Em outro painel, a advogada Ana Cristina Quevedo discorreu sobre um problema persistente e alarmante que é o assédio  moral e sexual nas relações de trabalho, dando dicas de como identificar essas situações, prevenir e promover melhores práticas para construir um ambiente saudável.  Explicou que assédio é comportamento e repetição com o fim de denegrir machucar e alertou que as lideranças nas empresas precisam estar atentas para identificar um ambiente tóxico, que só pode ser melhorado com gestão eficaz. 


A pesquisadora da Unesco e historiadora Ana Maria Colling, discorreu sobre a evolução dos direitos das mulheres e cidadania explicando que o patriarcado sempre foi o grande inimigo das mulheres. Como sistema social historicamente enraizado na valorização do homem em detrimento da mulher, Colling avalia que ele é a base do machismo estrutural que ainda predomina na sociedade contemporânea. O modelo perpetua a desigualdade de gênero desde o mercado de trabalho até nas relações pessoais. Assim, o machismo estrutural não é apenas fruto de atitudes individuais, mas de uma cultura profundamente moldada por séculos de dominação patriarcal.


Os desafios da crise climática e a ótica do eco feminismo foi o tema abordado pela doutora em ética e filosofia política, Daniela Rosendo, no painel sobre a enchente do Rio Grande do Sul. Já Jessica de Gasperi, da Fundação Proamb, falou sobre os projetos para enfrentamento dos desafios climáticos e das estratégias de economia circular para potencializar uma cadeia produtiva inovadora, resiliente e sustentável. Mediada pela diretora e coordenadora do evento, Cleusa Cunha, desta temática ainda participaram as técnicas Dienifer Dias dos Santos e Laura Soares que revelaram os dramas pessoais enfrentados em virtude da enchente.


Diretora da Fundação Única dos Petroleiros, Bárbara Bezerra falou sobre a baixa representatividade feminina na indústria destacando que, entre outras ações, a busca por políticas públicas afirmativas é uma das alternativas para reverter este quadro de disparidade, informando que, conforme o DIEESE, as mulheres ocupam somente 17% das vagas na indústria de petróleo e gás.  E, finalizando o encontro, Elisiane de Brites, técnica da Hidrelétrica Itaipu falou sobre seu trabalho e as ações de apoio à equidade e diversidade implementadas através do Fórum Permanente criado em 2005, e que tem entre as tarefas, incentivar práticas de gestão que promovam a equidade de gênero e inclusão em Itaipu, como capacitação e programas de saúde mental. Disse que somente 15,4% dos trabalhadores da Itaipu são mulheres, sendo que na diretoria técnica são apenas 6,8%.




 
 

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