Exploração espacial, literatura e aventura: estes são alguns dos temas que a aluna da Escola Frei Plácido, Isabélli Marques, de apenas 16 anos, reuniu em seu primeiro livro lançado este ano, intitulado Uma avetura na Nasa. A publicação infantil, de forma envolvente e didática, registra a aventura de jovens gaúchos que representaram o Brasil em competição da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa), aventura da qual Isabélli foi uma das principais idealizadoras. Com ilustrações divertidas, e, contando com o apoio do Sicredi, a ideia é mobilizar e inspirar crianças a perseguir seus sonhos – em especial, aqueles que envolvem a exploração espacial.
A ideia do livro começou após da viagem, onde, segundo Isabélli, ela e sua mãe, que teve um papel também importante no projeto, notaram que as crianças se interessavam muito por esta temática científica, mesmo não entendendo muito bem do que se tratava. Sendo assim, as duas decidiram escrever o livro com o objetivo de compartilhar a história e motivar as crianças a seguirem os seus sonhos enquanto aprendem algumas palavras em inglês. Logo após esta decisão, a escrita do livro foi bem rápida. Já o processo de publicação foi mais demorado, levou 6 meses, dado a dificuldade de encontrar uma casa editorial, até que surgiu a LEB, que junto a Sicredi, as apoiou.
A experiência é baseada na oportunidade que a jovem experimentou durante o Human Exploration Rover Challenge (Herc), em terras estadounidenses. A autora já estava ciente da existência deste programa há alguns anos. Logo que obteve a idade mínima para participar, tratou de fazer uma proposta e chamar uma equipe para se candidatar. Segundo ela, “Foi uma experiência única e muito divertida. Eu fiz muitas amizades do mundo todo e conheci um pouco mais da história da exploração espacial que pra mim é muito fascinante”, conta.
Depois de selecionados, enquanto estavam lá, a equipe brasileira desenvolveu o projeto chamado “Robotchê”, que surgiu como desafio do programa da Nasa, que pedia pros estudantes criarem um veículo movido a pedaladas que levassem duas pessoas e que coubesse em um cubo de 1,5m. “Com isso eu montei a proposta com todas as suas partes detalhadas (chassi, freios, rodas, direção, suspensão, etc.) mas durante a construção houveram muitas mudanças e finalmente nós fizemos uma votação pública para a escolha do nome”, relata a autora.
Isabélli afirma que sempre foi muito interessada na área das exatas e por volta dos 11 anos de idade já havia decidido seguir na carreira espacial, desejando contribuir para o melhoramento de tecnologias que impactam o mundo. Para isto, há exemplos em nossa terra que contribuíram como inspiração para este caminho, tal como como o Astronauta Marcos Pontes e a Doutora Thaís Russomano.
Contudo, há outro fator importante nesta equação, que é a experiência de ter estudado no Ensino Técnico. Quando perguntada como ela definiria o papel deste ensino em sua trajetória, ela responde: “É um papel fundamental, sem o curso técnico eu não teria feito tudo isso. O curso técnico em mecânica realmente me dá a liberdade de imaginar e construir que é o que eu tanto amo”, discorre. A autora e inventora ainda deixa um recado para aqueles que estão cursando ou pensam e adentrar o ensino técnico: “Não tenha medo de começar novos desafios, mesmo que, primeiramente, impossíveis e nunca deixe de aprender cada vez mais e investir nos seus sonhos. A busca contínua pelo conhecimento te abrirá muitas portas”, finaliza.
Isabélli não para de somar novos sonhos. O dinheiro arrecadado com o livro inclusive vai ajudar um deles, cuja missão é ser admitida em um treinamento de astronauta. Logo após terminar os estudos de 2º grau, a ideia é seguir estudando engenharia aeroespacial na faculdade, campo que, segundo ela tem crescido muito pelo Brasil, principalmente, por causa do acordo que o Brasil fez para entrar no programa Artemis, e cursos que não param de crescer como o de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
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